MAIO NOS TEUS OLHOS
Morre o maio nos teus olhos. No estio do
poente.
A primavera desnuda-se na intimidade do
esplendor
E canta o sol no calor do desejo que o amor
consente
Em matizes deslumbrantes, de sensualidade
multicolor.
É a promessa do solstício, no apogeu do
desejo ardente
Quando os clarins soam nostálgicos antes do
sol se pôr
Em cântico de silêncio ecoa o espasmo
sincronamente
E soam as palavras e os murmúrios quando se
faz amor.
É maio nos ventres inquietos; florescem
rosas nos teus seios
Cerejas rubras, vertigem de apetite guloso
imparável
Cântico profundo, quietude de inconfundíveis
chilreios,
Em vertiginosa viagem de realidade. E
loucura admirável
Na convulsão das púbis em desatinos e
eloquentes arrepios
Crentes do mito dos amantes de Pompeia. Ainda
que improvável.
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